Conheça Rival Sons, a melhor banda de Rock Clássico dos últimos anos

Conheça Rival Sons, a melhor banda de Rock Clássico dos últimos anos

Quem me conhece sabe da minha paixão pelo Rival Sons. Acompanho os caras desde 2012, pouco após o lançamento do Head Down, o segundo álbum de estúdio deles. E olha… foi amor à primeira ouvida e gosto de quase tudo que foi lançado até hoje.

Sou fã especialmente da voz cheia de feeling e potência do Jay Buchanan e a bateria incrivelmente anos 70 do Mike Miley. Aliás, a banda como um todo remete bastante ao Rock Clássico, mas certamente soube amadurecer ao longo dos anos.

E é sobre esse amadurecimento musical que falarei neste artigo, pincelando um pouco sobre a história do Rival Sons, seus álbuns e letras. Mas claro que uma banda tão boa não deixaria de estar presente nas nossas influências, né? Então comecemos com isso!

Influências do Rival Sons no Carminium

Dessa vez a influência recaiu mais sobre uma banda do Roots Metal, o Carminium. A gente tem bastante coisa do Rock Clássico na nossa sonoridade e, claro, o Jay Buchanan é uma das principais referências vocais pra mim. Veja como essa mistura acontece em músicas como a Train Of Souls:

História do Rival Sons

O Rival Sons foi formado em 2009 na Califória, EUA pelo guitarrista Scott Holiday após a sua saída da banda Black Summer Crush. Essa banda tinha basicamente todos os integrantes do Rival Sons, à exceção do vocalista.

Sendo assim, após a saída de Thomas Flowers (vocal da Black Summer), Scott encontrou Jay Buchanan no My Space e o convidou para formar o que seria o Rival Sons. Aliás, a curiosidade é que ele não cantava Rock, mas foi “convertido” pelos três integrantes a fazer isso gravando o Before The Fire.

Jay ficou surpreso com a reação do público ao álbum por não se enxergar como um cantor de Rock e resolveu integrar o Rival Sons definitivamente. Logo depois disso, eles abriram para o AC/DC, Alice Cooper e ainda tocaram nas 500 milhas de Indianápolis.

Rival Sons

Esse sucesso prematuro chamou a atenção de gravadoras, fechando com a Earache Records para gravar o segundo álbum Pressure & Time. Ele foi um sucesso, chegando ao top 1 da Amazon e top 20 da Billboard.

Depois de fazerem turnês mundiais, gravaram o Head Down que foi outro sucesso. Com ele, o Rival Sons angariou prêmios como Artista Revelação pela Vic Reeves.

Após esse sucesso estrondoso, a banda gravou o Great Western Walkyrie e se apresentaram em grandes festivais como o Monsters Of Rock. Eu tive o prazer de vê-los em São Paulo, presenciando uma situação muito engraçada.

No dia, eles trouxeram uma bandeira de um time brasileiro para o país do futebol. Faz todo sentido, né? O único erro foi que o Jay Buchanan estendeu a bandeira do Atlético Mineiro em São Paulo. Resultado? Várias vaias.

Deu pra perceber que ele ficou tímido com isso (e esse foi um momento muito engraçado). No entanto, o show foi muito bom e o guardo nas lembranças com muito carinho. E o melhor: algum tempo depois eles entraram em turnê com nada mais nada menos do que o Black Sabbath!

Por fim, o último registro deles é o fantástico, genial e absurdo Feral Roots. O álbum recebeu indicações ao Grammy e… caras, leiam o que vou escrever abaixo sobre a discografia do Rival Sons, mas leiam até o final. Dessa vez é verdade: o melhor ficou pro final.

Discografia do Rival Sons

A discografia do Rival Sons tem algumas coisas que eu gosto bastante e outras que prefiro deixar de lado. No entanto, até mesmo os álbuns que não caíram no meu gosto são bons.

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Além disso, quase todos tiveram bastante sucesso, fazendo com que a banda alcançasse turnês internacionais. Foram basicamente hits atrás de hits que os levaram a um patamar muito alto após anos de estrada.

Bem, então vamos aos álbuns do Rival Sons por ordem cronológica. Como sempre, trarei a minha opinião por aqui. Seja livre pra discordar ou acrescentar algo ao que eu disse nos comentários! Sem mais delongas, vamos a eles!

Before the Fire (2009)

Apesar de conhecer bastante da discografia do Rival Sons, confesso que preciso ouvir mais do primeiro álbum. Até porque o Before The Fire tem algumas faixas maravilhosas e que pouco me recordo por ter ouvido poucas vezes.

Uma delas é a Memphis Sun que já mostra toda a visceralidade do Jay Buchanan em apenas uma música. E esse riff cadenciado do Scott Holiday? Já era um prelúdio do que aconteceria BASTANTE futuramente.

Vale ressaltar também a capa desse álbum, vista nesse vídeo acima. Acho a mais legal de toda a discografia do Rival Sons, apesar de ser bem simples. A do Feral Roots bate bem de frente pra mim, mas indo em outra pegada.

Enquanto isso, On My Way já mostra outra faceta da banda com o que eu chamo de “músicas de viagem”. Aquelas levadas beeeeem traquilas e gostosinhas pra você ouvir enquanto pega a estrada e observa as árvores surgindo…

Pra fechar a parte sobre esse álbum, vale lembrar que eles tiveram uma música que foi usada na campanha das 500 milhas de Indianápolis. Uma grande publicidade ao Rival Sons que apresentou os timbres de guitarra bastante calcados no Rock Clássico..

Pressure & Time (2011)

Até o lançamento do Feral Roots, esse era o meu álbum preferido do Rival Sons, junto do Head Down (sim, não conseguia decidir qual é melhor). Mas olha, realmente não tem como… o segundo álbum dos caras revive o Rock Clássico de uma maneira magnífica.

Aqui eles trazem toda a influência do Led Zeppelin que diversas bandas de Rock Clássico dos anos 00 também trouxeram. Coloque nessa salada de influências uma bateria bem inspirada no John Bonham, um vocal MUITO visceral, um baixo pulsante e uma guitarra cheia de slides e efeitos.

Esse é o Rival Sons que se mostrou muito clássico no Pressure & Time, mas muitos não gostaram disso. Disseram que a banda era uma cópia do Led Zeppelin com Deep Purple e que nunca seriam muito originais.

Bem, eles realmente bebiam bastante das suas fontes e isso era bem visível em algumas músicas como a faixa título do álbum. O próprio clipe tinha umas referências às bandas setentistas, mas tudo bem carregado por riffs bem cadenciados, swing da cozinha e a voz marcante do Jay Buchanan.

Seguindo um pouco dessa linha do groove, mas trazendo um pouco mais de peso (e uma intro de bateria maravilhosa), temos a Burn Down Los Angeles. Uma música rápida, fácil e divertidíssima pra você ouvir e ficar com Rival Sons na cabeça por dias. Principalmente o refrão 😬

Agora chega uma música que mostra o porquê de eu discordar um pouco da falta de originalidade do Rival Sons. White Noise é bem o jeitão da característica mais visceral que a banda foi incorporando em algumas músicas ao longo do tempo. Dá uma sacada:

Por fim, eu gosto quando álbuns são fechados com baladinhas. Ainda mais quando elas têm a presença que Face Of Light tem. Com essa música, o Rival Sons acalma o que vinha antes com a White Noise e termina o álbum num crescendo lindo.

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Head Down (2012)

Depois do sucesso que foi Pressure & Time, o Rival Sons nos agraciou com outra pérola. Feito em 2012, o Head Down alcançou o 1º lugar na parada UK Rock e ainda trouxe algumas premiações à banda pelo Classic Rock Awards.

O álbum tem uma faceta menos agressiva (o que já é mostrado na faixa de abertura) e mostra um certo amadurecimento musical dos integrantes. No entanto, acho que eles ainda bebiam bastante das décadas anteriores sem se explorar muito.

A primeira faixa Keep On Swinging é uma ótima abertura, já trazendo de cara um riffão com um baita agudão vocal. O refrão é contagiante, mas o melhor mesmo é a virada na música para preparar o solo. Arrepia os cabelos de tudo. E o clipe? Tire suas próprias conclusões haha

Vou pular diretamente pra quinta faixa que ningúem dá muita bola: Run From Revelations. Eu sinceramente não sei como eu fui pesquisar e o vídeo mais visto tinha menos de 10 mil visualizações.

Cara, esse é o refrão mais visceral do Pressure & Time com um pré refrão cheio de pressão e uma malemolência safada nos versos. Isso é genial. Isso é Rival Sons!

Ok, falei de Jordan e não poderia deixar de mencioná-la aqui. Um acústico bem gostoso, mas melancólico que em alguns momentos me lembrou o Led Zeppelin. No entanto, com a carinha do Rival Sons.

Se falamos de Led Zeppelin, não posso deixar de mencionar a Nava que eu acredito ter sido bastante inspirada em Bron-Yr-Aur. Ouça as duas e tire suas próprias conclusões:

Great Western Valkyrie (2014)

Ok, confesso que não gostei muito desse álbum quando o ouvi lá no auge dos meus 20 anos. Mas hoje eu acho que foi o início da originalidade do Rival Sons se sobressair.

Ele tem algumas coisas distintas do que já havia ouvido da banda e elas só são realmente diferentes. Não digo que muito, mas não me pegaram tanto. Massss, ainda assim algumas faixas se destacaram pra mim.

Primeiramente, a Electric Man (e olha… os caras tem um dedo bom pra fazer hits, hein?). Não consigo explicar, mas a música realmente me traz uma ideia de eletricidade. Acho que é por causa dos riffs (principalmente o do refrão), mas bem, tire suas conclusões:

Recentemente eu fui ouvir a Open My Eyes novamente porque era a mais ouvida do Spotify. E porque seria justamente uma que eu não gostava? Fiquei bastante curioso e resolvi dar uma segunda chance pra ela (e depois pro álbum inteiro).

Depois de ouvir, descobri que sou um BOBALHÃO porque ela tem um dos melhores refrões da banda. E a ponte pro refrão, então? Que dedilhado gostoso, meu Deus!

Hollow Bones (2016)

Hollow Bones é um álbum que eu já tinha torcido o ouvido anteriormente de certa forma (mas menos que o anterior). Mas ele sempre vinha na sequência de Feral Roots, então resolvi escutar novamente. E olha, foi a melhor coisa que fiz!

Esse é um registro do Rival Sons com bastante pressão, mas que já tinha umas ambiências bem legais. Tudo colado e muito bem organizado pela cozinha da banda!

Mas também vale ressaltar que o álbum marcou a estreia do tecladista Todd Ögren-Brooks no Rival Sons. Acredito que, mesmo sendo um músico de apoio, foi uma ótima adição ao grupo.

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E o que dizer das faixas título do álbum? Acho que elas definem bem esse processo do Rival Sons e ninguém mais poderia dizer que eles são uma mera cópia de algo. Deixo as duas abaixo pra vocês perceberem isso:

Sempre que vou falar de Jay Buchanan lembro do termo Thundering Voices que nomeia uma música do Rival Sons. Muito apropriado pra ele que pra mim é a voz do rock nos anos 00. Uma das minhas principais referências pra vida.

Feral Roots (2019)

Ok, agora chegamos ao Magnum Opus do Rival Sons (até agora). Foram indicações a Grammy, resenhas e mais resenhas, diversos comentários surgindo ao redor do mundo… um reconhecimento mais do que merecido.

Eu poderia falar de todas as faixas desse álbum com detalhes porque ele foi basicamente a minha trilha na segunda metade de 2019 (Spotify que o diga). Mas ok, vamos nos poupar e apenas tecer comentários sobre algumas obras primas registradas em Feral Roots.

Mais uma abertura de álbum CHEIA de pressão, riffs marcantes e thundering voice. Confesso que no início, quando o EP foi lançado, torci um pouco o ouvido. Mas foi só ouvir pela segunda vez e amar essa faixa.

E a levada da bateria no pré refrão que foi o meu estalo pra isso. Ah, e detalhe pra mudança na música durante o início do solo. Lembra um pouco a Keep On Swinging, não?

Look Away foi a música que me pegou de cara no Feral Roots. A introdução dela já dá um parágrafo a parte, mas eu prefiro a deixar de lado pra falar do que acontece em 1:33. Que puxada simples e perfeita da bateria pra um riff mais perfeito ainda.

E as frases que aparecem no fim de cada estrofe? E o refrão? E as dobras vocais no refrão? E o interlúdio? E a volta ao refrão? Fico até emocionado ao ouvir isso de novo após comparar com toda a discografia do Rival Sons. Sempre esperei por uma faixa como essa e eu agradeço MUITO por isso!

Fiquei em dúvida se falava sobre Feral Roots (a faixa) ou All Directions, mas optei pela segunda principalmente pela estrutura. Ela segue uma crescente e não tem um refrão tão definido (embora seja melodicamente) e não é tão convencional.

E um coro ainda aparece pra finalizar a parte mais tranquila da música até o agudo de Jay Buchanan que faz a passagem entre o segundo momento da canção. E neste são camadas e mais camadas que trazem uma sensação extremamente etérea.

Essa é certamente uma das minhas músicas preferidas do Rival Sons.

Novamente fiquei em dúvida, mas dessa vez se fechava o artigo com Too Bad ou Shooting Stars. A segunda é maravilhosa, mas prefiro que vocês terminem a impressão que tiveram de Rival Sons com Too Bad.

Eu até a listei dentre as músicas mais memoráveis do Rock Clássico Internacional, mesmo sendo tão recente. Mas não é fogo de palha, ela é absurda! Eu fiz alguns comentários no outro artigo, mas aqui eu só vou deixar essa coisa magnífica pra vocês ouvirem:

Rival Sons é definitivamente uma banda que merece ser ouvida por qualquer um que curta um Rock com uma veia Blues. Se você é um desses, tenho certeza que gostou de pelo menos algumas músicas citadas aqui.

Então comenta aí, qual foi a que você mais gostou das que falamos aqui? Tem outra do Rival Sons que você quer destacar? E ah, não se esqueça de seguir o Carminium no Instagram! Tem muita coisa nova e boa aparecendo por aqui 🤘

Cláudio Feitosa

Vocalista e tecladista da Carminium, fã de Rock Clássico, filmes e culinária. Vascaíno sofredor nas horas vagas

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