Discografia do Rush: o Rock Progressivo em tons de mágica

Discografia do Rush: o Rock Progressivo em tons de mágica

O power trio canadense formado por Neil Peart, Geddy Lee e Alex Lifeson foi basicamente o que moldou as minhas descobertas no Rock Progressivo. Foi viajando pela discografia do Rush que eu comecei a me interessar pelo gênero e a me sentir instigado a ouvir nomes como Yes, Genesis, Dream Theater e outros.

banda em ação tocando discografia do rush

Eu inclusive guardo um carinho especial pelos álbuns Moving Pictures e Permanent Waves (este inclusive está no meu top 20 álbuns da vida). Ouvir YYZ pela primeira vez é ficar atento ao ouvir as primeiras notas tocadas pelo Neil Peart e ter um orgasmo musical quando a banda entra.

Por esses e outros momentos, eu costumo dizer que o Rush é um grupo mágico. Eles gravaram muitos álbuns (muitos mesmo!), tendo altos e baixos e eu acredito até mesmo que as impressões variam de pessoa pra pessoa.

Então farei um apanhado geral sobre a fantástica discografia do Rush aqui nesse artigo, dando uma visão pessoal sobre o que aconteceu na história do power trio. Mas, como de praxe, começarei falando sobre a influência do grupo nas bandas do Roots Metal!

A influência da discografia do Rush no Roots Metal

O Carminium certamente foi o mais tocado pela magia canadense. É bem fácil perceber o pezinho no Rush em quase todas as músicas da banda! E a música que mais reflete isso é a Taxi Driver que tem um interlúdio bastante voltado à banda, além de sintetizadores claramente inspirados.

O Hellming é outra banda do Roots Metal que vem começando a explorar as sonoridades progressivas no seu Thrash/Death Metal. Algumas novas músicas do álbum de estreia já mostrarão isso, então aguarde até o momento chegar!

Pisando em terras conhecidas

Principalmente no primeiro álbum, o Rush de 1974, a banda não mostrou muito de quem ela viria a ser no futuro. Na realidade, todos estavam muito contidos e seguindo a linha do Rock Clássico, bastante perceptível em faixas como a Working Man:

Esse não é um álbum ruim, pelo contrário. Tem faixas sensacionais, como a acima Before And After e Finding My Way. No entanto… ainda não era o Rush. Acho que a discografia do Rush começou a ser o que conhecemos hoje a partir da entrada do Neil Peart na bateria com o lançamento do Fly By Night.

READ  Banda Greta Van Fleet: história e discografia

O álbum ficou bastante marcado por músicas que já mostravam esse redirecionamento como Fly By Night e Best I Can. Mas além disso, aqui já vemos bastante da icônica voz aguda do Geddy Lee e da doideira na bateria do Neil Peart em faixas como By-Tor and the Snowdog.

Depois dele, a discografia do Rush contou com o Caress Of Steel em que eles começaram c apostar ainda mais nas músicas longas. No entanto, o álbum não foi tão aclamado quanto os anteriores e eu até achei um ponto fora da curva ao ouví-lo. Mas vamos ficar com uma das que eu gosto aqui:

Sucesso progressivo

Sacou a piadoca?! Não? Então eu explico: o quarto álbum da discografia do Rush foi o 2112 e foi só sucesso daí pra frente. E eles tocam rock progressivo… (RISOS)!!! Ok, a piada não foi tão boa, mas o álbum é realmente legal. Eu particularmente não curto a épica 2112, mas AMO o riff genial de Passage to Bangkok.

Depois de ganhar 3 discos de platina com o 2112, os gênios lançam o fantástico A Farewell to Kings que tem a primeira música longa que eu gosto da banda! Xanadu é um show de climas com uma linha de baixo muito muito muito memorável:

Depois dele, o Rush lançou o também excelente Hemispheres. La Villa Strangiato é o marco desse álbum (e um dos da discografia do Rush), mas eu destaco The Trees e Circustamces. Aliás, quem nunca entortou a cabeça ao seguir alguns dos ritmos da música não tem o meu respeito.

Depois deles, temos o meu álbum preferido da discografia do Rush: Permanent Waves. Eu amo todas as faixas desse disco, mas Freewill e Jacob’s Ladder são as mais absurdas pra mim. Essa última tem, inclusive, uma das melhores entradas de solo da história do Rock! Vai acompanhando até 1:50 e delicie-se.

Depois de sucesso em cima de sucesso, o grande clássico da discografia do Rush chegou Moving Pictures! Tom Sawyer (a música mais famosa da banda) está nesse álbum, assim como YYZ.

READ  Conheça Rival Sons, a melhor banda de Rock Clássico dos últimos anos

Mas ok, saindo dos clássicos óbvios, o que podemos falar do lado B dentre as faixas? Finjamos que ele existe para que eu possa eleger a Vital Signs como uma das canções mais ~gostosinhas~ dos canadenses.

A era dos sintetizadores

Os sintetizadores sempre estiveram minimamente presentes na discografia do Rush, mas houve um momento onde Geddy Lee queria não apenas tocar baixo e cantar. Ele também queria tocar um bom synth nas músicas!

Então, depois do sucesso mundial na carreira da banda com o Moving Pictures, chegamos a um período amado por alguns e odiado por outros: a era dos sintetizadores. Ela começou com o fantástico Signals que tem linhas de bateria fantásticas e mundialmente premiadas.

Uma delas é a linda Subdivisions que já começa com um synth maroto e foi inspiração direta do sintetizador do refrão da Taxi Driver na Carminium.

Quando falo desse álbum, vale muito ressaltar a influência que o Reggae tem na banda. Na discografia do Rush, várias músicas tem influência do gênero e isso ficou ainda mais perceptível no Signals. Depois dele, temos o Grace Under Pressure com mais sintetizadores ainda. E… ONE ZERO ZERO ONE SOS:

O Power Windows já é um pouquinho mais afastado, mas mesmo assim ainda traz muito dos synths. E um destaque para a capa do álbum que eu acho uma das melhores da discografia do Rush! Um grande hit desse disco é a famosa Big Money:

Ok, eu poderia falar muitas coisas do Hold Your Fire, até porque ele marcou o fim da era dos sintetizadores na discografia do Rush. Mas caras… se tem uma coisa que marcou esse álbum foi o clipe muito maravilhoso da Time Stand Still.

Afinal, não é todo dia que você vê um clipe com todo mundo voando em cenários de Windows XP e uma camerawoman filmando (E VOANDO!!!):

A era das guitarras

Daqui pra frente eu ainda não ouvi tanto da discografia do Rush, mas ainda posso abordar algumas coisas. Posso falar por exemplo que a The Pass no Presto é uma das músicas que eu gostarei de colocar no meu carro quando estiver viajando com ele (só preciso tirar a carteira pra isso, né):

READ  Josh Kiszka do Greta Van Fleet: a voz do Rock Clássico em 2019

Posso dizer também que o Roll The Bones tem uma outra música que eu colocaria no carro, mas que eu acho que qualquer um faria o mesmo. O sonoridade pop de Bravado e a sua inexplicável falta de sucesso são coisas de outro mundo:

Depois, a discografia do Rush ainda teve o Counterparts e o Test for Echo. Inclusive, a faixa homônima do último álbum dessa fase é excelente:

O começo do fim

Depois da volta às origens, a banda teve um hiato de alguns anos devido às tragédias acontecidas na vida de Neil Peart. Isso porque em 97 e 98 ele perdeu sua filha em um acidente de carro e sua esposa que foi acometida pelo câncer.

Ele decidiu sair de moto pelos EUA, um dos seus principais hobbies, e inclusive escreveu um livro contando suas experiências: “Ghost Rideer: Travels on the Healing Road“. Um pouco depois, Neil Peart decidiu voltar à banda para gravar mais quatro álbuns.

Dentre estes eu destaco o último Clockwork Angels que traz algumas canções até bem pesadas. Além disso, esse álbum demonstra toda a extrema musicalidade da discografia do Rush. Isso foi reconhecido pela crítica e esse fator pode ser visto junto do peso em músicas como Headlong Flight:

A discografia do Rush é enorme e vale a pena ser visitada, revisitada e partilhada (como fiz aqui). O power trio canadense sempre foi extremamente criativo e até os pontos mais “baixos” da carreira deles são exaltados por grande parte dos fãs.

E pra finalizar depois de passar por tudo isso de novo só posso dizer: descanse em paz, Neil Peart. Um dos maiores bateristas da história não apenas do rock, mas da música como um todo, tocou no Rush. Foram linhas de bateria com toques de reggae, funk e até mesmo jazz.

Esse foi um legado inestimável pros futuros músicos, como nós do Roots Metal. Afinal, esperamos honrar bastante caras como ele e outras lendas do rock. E claro, um grande obrigado também ao Alex Lifeson e ao Geddy Lee, dois outros gênios!

Ps.: não se esqueça de dar uma olhadinha no Instagram das bandas do Roots Metal!

Cláudio Feitosa

Vocalista e tecladista da Carminium, fã de Rock Clássico, filmes e culinária. Vascaíno sofredor nas horas vagas

Deixe uma resposta

Fechar Menu