Billy Sheehan: história, técnica e 7x que ele passou dos limites do absurdo

Billy Sheehan: história, técnica e 7x que ele passou dos limites do absurdo

Aaaaaah, o Hard Rock dos anos 80…. terra fértil para guitarristas brilharem com seus solos majestosos, calças apertadas, cabelos volumosos e poses de Deuses supremos do Rock N’ Roll. George Lynch, John Sykes, Richie Kotzen, Jake E. Lee. O protagonismo técnico era inteiramente deles. Soberanos, intocávels.

Billy Sheehan

E a classe dos graves, apesar de bem representada por nomes que exalavam vigor e presença em palco como o Nikki Sixx e o Duff McKagan, não era exatamente conhecida pelo primor técnico da coisa.

Até que, como um furacão, surgiu para o mundo um cara que simplesmente revolucionou definitivamente a história das quatro cordas. Empregando técnicas que teoricamente apenas se encaixavam na guitarra, esse cara quebrou paradigmas e elevou o contrabaixo para um outro patamar jamais alcançado anteriormente. Billy Sheehan é praticamente um Deus das baixas frequências.

Influência do Billy Sheehan no Carminium

Apesar de não termos influências diretas do Billy sonoramente, com certeza ele está dentre as inspirações indiretas. Uma pequena trivia: a Carminium antes de ser a Carminium passou algumas semanas com o nome de “Mr. Groove”. Qualquer coincidência é mera semelhança, certo?

Eu, baixista da banda, tenho o Billy como um dos meus principais ídolos no instrumento. Posso não ter o estilo de tocar que ele tem, aquela vibe fritadora e cheia das técnicas mirabolantes (mas na boa, vamos combinar:::::::::: QUEM TEM?), mas ele tem lugar cativo na minha lista de maiores de todos os tempos.

E pra honrar Billy Sheehan, acredito que a linha de baixo de Taxi Driver é a mais difícil que fiz até hoje:

História

Nascido em 1953 em Colorado, Nova Iorque, Billy Sheehan se mostrou um prodígio ainda muito cedo. A união que só o baixo nos dá de ritmo e melodia fisgou a atenção do menino e nunca mais foi abandonada (ainda bem!).

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Mais conhecido por integrar o lendário Mr. Big, Billy Sheehan tem uma bagagem de experiência enorme especialmente no meio do Hard Rock. É aquele famoso arroz de festa (alô, Mike Portnoy! Alô, Andreas Kisser) que adora se meter em projetos novos. Ele começou no Talas, se consolidou na banda solo de David Lee Roth em sua fase áurea (com nada mais nada menos que Steve Vai e Greg Bissonette no line), explodiu para o mundo no Mr. Big e integrou diversos supergrupos incríveis, como o The Winery Dogs e o Sons Of Apollo.

Técnica

Billy Sheehan é aquele tipo de músico que nasce uma vez em dez anos. E o que dá toda essa particularidade para ele é com certeza sua forma ímpar de tocar o contrabaixo. Como já dito, o Billy elevou o instrumento para um outro patamar. Sheehan foi uma espécie de Eddie Van Halen das quatro cordas, provocando uma verdadeira revolução nas frequências graves.

Dentre as técnicas mais marcantes na sua forma de tocar, podemos destacar o tapping ultra veloz, os ligados e os harmônicos naturais que na boa, SÓ ELE FAZ. Particularidades que até então eram mais comuns apenas no mundo dos guitarristas.

Sobre timbragem, o mestre usa há tempos o baixo que já virou sua marca registrada, o lendário Yamaha Attitude. Além dele, seu setup também é muito conhecido por contar com uma distorção nervosa e bem comprimida. Clássicos como o Micro POG da Electro Harmonix, o MXR M87 compressor e alguns pedais signatures como o EBS Billy Sheehan Distortion são presenças garantidas no som.

7 vezes que Billy Sheehan passou dos limites do absurdo

Talas – Shy Boy

Começando pelo começo, diretamente de 1982! Shy Boy foi praticamente um cartão de visitas de Billy Sheehan. Originalmente gravada no álbum Sink Your Teeth Into That do Talas e posteriormente tocada por quase todos os projetos e bandas do Billy, o som é aquele Hard Rock safado, enxuto e pé no peito que conta com uma linha dobrada com a guitarra absurda. Aqui vemos tapping, slide e harmônicos naturais de uma tacada só. Surreal!

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https://www.youtube.com/results?search_query=Talas+shyboy+

Mr. Big – esse solo arrombado + Addicted To That Rush

Primeira música do primeiro e autointitulado álbum do Senhor Grande, Addicted To That Rush já começa com uma sequência animalesca de ligados apenas no baixo, procedidos pela icônica dobra em tapping com o Paul Gilbert (aliás, PG e BS::::: maior bromance do Hard Rock). Seguindo a linha de Shy Boy, Addicted To That Rush é aquele Hardão rápido e na cara que tanto amamos.

Eu não vou falar nada sobre o solo do começo. Assiste só e é isso aí.

https://www.youtube.com/watch?v=oXcMTvabZcg

The Winery Dogs – Oblivion

Mais uma música que já começa soco na cara com um riff estrondoso, dessa vez dobrado com ninguém mais ninguém menos que Richie Kotzen, antigo parceiro de Mr. Big.

A linha de baixo, absurdamente movimentada, é a perfeita composição para uma das cozinhas mais surreais que já existiu na história da música (Billy Sheehan e Mike Portnoy chega a ser covardia com os mortais). A estrela de Billy brilha mais forte no final, lá para 03:00 e pouco com um solo destruidor.

Mr. Big – Had Enough

Eu até pensei em limitar as músicas listadas no post em apenas uma por banda. Mas não rola. Mr. Big é sinônimo de Billy Sheehan e vice versa. Definir uma carreira de trinta anos em apenas um som é definitivamente um erro. Então terá mais Mr. Big.

E essa, uma semi-balada maravilhosa, já começa com literalmente um solo incrível de Billy. Claro, cheio de ligados, tappings e, pasme, uma sequência de arpejo de tirar o reto dos glúteos (family friendly).

Sons Of Apollo – Lost In Oblivion

Músicos de Hard tocando Metal sempre dá boa. Só pegar o exemplo do Randy Rhoads. Confesso que quando o Sons Of Apollo foi anunciado, depois do baque no primeiro momento, fiquei, digamos, “curioso” sobre como seria a adaptação do Billy em uma banda de metal progressivo.

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O resultado foi o melhor possível. Aqui temos um lado mais pesado do Sheehan em todos os sentidos, desde a timbragem até na própria execução das músicas (como se ela já não fosse suficientemente pesada naturalmente), provando toda a versatilidade do cara. Sente o drama:

https://www.youtube.com/watch?v=dPS2dexqJRg

Mr. Big – Colorado Bulldog

Representando o discaralhaço Bump Ahead, Colorado Bulldog abre o álbum da melhor maneira Mr. Big: riff inicial rasgando tudo com uma aula de palhetada alternada do Paul com um acompanhamento insano do Billy.

O que mais gosto nessa linha é que, principalmente nos versos, ela me soa tipo, absurdos como aquelas Big Bands de Jazz dos anos 60. Bastante movimento e groove pra gente nessa faixa destruidora.

Billy Sheehan – Hope

Representando bem a carreira solo do Billy, temos aqui uma peça extremamente intima, sentimental e profunda. Presente no álbum “Cosmic Troubadour” de 2005, essa música nos mostra uma faceta diferente do mestre.

Apesar de já ter muitas vezes se aventurado na arte de tocar baladas, o que Billy fez em Hope foi diferente. Uma linha repetitiva, hipnótica e que te prende naquele pequeno universo viajante de cinco minutos.

Conclusão

Essa lista representou apenas a ponta do iceberg de uma carreira linda e completamente absurda. Com o Mr. Big, com a banda solo do Dave Lee Roth, com o Winery Dogs, Talas, Sons Of Apollo. Billy Sheehan foi, é e sempre será um deus das quatro cordas.

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Matheus Campos

Quase historiador, entusiasta da obra de Edgar Allan Poe, tiete do John Mayer, hater de cadernos de paisagem e mágicos (nada pessoal) que acredita que "Girls Just Want To Have Fun" deve ser o hino da via láctea. Tenho uma foto com a Xuxa, curto uns filminhos do Ari Aster e tudo que eu faço é pela metade.

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