Rock Nacional: tudo que você precisa saber sobre o gênero

Rock Nacional: tudo que você precisa saber sobre o gênero

Particularmente, eu sempre digo que o Rock Nacional é muito único. As nossas raízes musicais carregam o samba e a bossa nova, enquanto as distorções das guitarras contrastam bastante com esses gêneros. Então, o que essa mistura poderia trazer? 

Lá atrás temos o blues visceral do Barão Vermelho com as interpretações magníficas de Cazuza. A influência obscura do Joy Division no trabalho do Legião Urbana. O groove sensacional do The Police absorvido pelo Rock Brasileiro dos Paralamas do Sucesso. 

Em um âmbito mais pesado, a sujeira do Thrash Metal encarnada no Sepultura e na Hellming. A mistura de timbres e influências do Dr Sin e da Carminium. A agressividade do Angra e da Sagittarion.

Com tantas misturas, o que é o Rock Brasileiro? Qual é a essência do nosso Rock Nacional? Por onde devo começar a ouvir? Quais são as principais bandas novas? Será que ele morreu? 

Bem, vou responder algumas dessas perguntas nesse texto, mas tome-o como um guia para tirar as suas próprias conclusões ao ler esse compilado de informações da história do nosso único e autêntico gênero!

O Rock Nacional e a Carminium

A relação da Carminium com o Rock Nacional está muito presente dentro do Heavy Metal. Afinal, ela veio do gênero, tendo as mais variadas influências de bandas nacionais e internacionais novas e antigas.

Dentre elas, podemos citar Alice In Chains, Angra, Metallica, Dr Sin e Iron Maiden, por exemplo. E mesmo tendo muito do Metal Internacional influenciando bastante os integrantes, a mistura com a música brasileira não poderia faltar – como é visto em todo bom músico brasileiro.

É o que acontece na música Taxi Driver do Carminium, por exemplo. A música por si só é um Rock Brasileiro que tem muitas variações, sendo bastante progressiva. No entanto, ela traz uma seção com solo de piano e base bem voltada ao samba no instante xx:xx. Veja abaixo: 

Qual é a origem do Rock Brasileiro?

Rock’n Roll e Rockabilly. Se você já ouviu Chuck Berry, Jerry Lee Lewis Elvis Presley e outros nomes do Rock das antigas, você conhece o que originou o gênero no Brasil. Afinal, o rock nacional anos 50 traz o início de tudo e com todas essas influências. 

Nessa época, o rock brasileiro ainda estava nas suas origens sendo trazido e gravado por – pasme – Cauby Peixoto! Um dos primeiros registros musicais do gênero em terras tupiniquins foi a “Rock and Roll em Copacabana”:

Outras bandas de Rock Nacional, antigamente chamadas de conjuntos, criaram versões de músicas americanas e iniciaram o gênero. No entanto, essa época marcou o início de tudo por aqui. Então, não temos tantos registros autorais. 

Esse cenário começou a mudar na próxima década com grandes nomes como Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Ambos os futuros percursores da Jovem Guarda e do ié-ié-ié

História do Rock Nacional

Depois do início do rock nacional nos anos 50, já começamos a ver nomes famosos como Roberto Carlos. Tivemos o boom do gênero no mainstream durante os anos 80 e uma gangorra de audiência que segue até hoje. 

 Rock Nacional anos 60

Roberto Carlos, um dos percursores da Jovem Guarda no Rock Brasileiro
Roberto Carlos

Você sabia que Roberto Carlos começou a sua carreira como um cantor de bossa nova? Pois é, o álbum “Louco Por Você” marcou o início da carreira do rei, mas foi um fracasso. Ele só começou a ser reconhecido como o artista que vemos hoje com o álbum Splish Splash que emplacou alguns hits.

Surfando no sucesso do Roberto Carlos que tinha acabado de lançar os sucessos “É proibido fumar” e “Meu Calhambeque”, a Rede Record criou o programa Jovem Guarda. Ele abraçou outros artistas do Rock Nacional, como Erasmo Carmos e Wanderleia, levando-os ao cenário nacional. 

Vale ressaltar que esse é um fato histórico muito importante, pois esse programa não só deu asas ao rock brasileiro. Afinal, ele também popularizou várias manifestações culturais no país e foi alvo de muitas críticas por quem não compactuava com a cultura que vinha do exterior. 

No entanto, apesar de toda a popularidade da Jovem Guarda, eu tenho um gosto muito pessoal pelo outro lado da época dentro do Rock Nacional: o psicodélico! Afinal, foi nesse período que surgiram grandes nomes como Os Mutantes e até mesmo Gal Costa. 

Sobre a Gal Costa, é impossível não mencionar o álbum Gal que veio anteriormente a uma das maiores pérolas brasileiras: Gal-Fatal. Agudos a lá Janis Joplin, guitarras milimetricamente enraivecidas e mix bem sujas trouxeram uma nova roupagem ao Rock Brasileiro. 

 Rock Nacional anos 70

No período dos anos 70, vivemos um esvaziamento do espaço oferecido pela mídia ao Rock Nacional. No entanto, ainda tivemos muitos grandes nomes nessa época, tendo um dos meus preferidos aqui: Secos e Molhados! 

Com uma mixagem bem psicodélica, arranjos bastante Pink Floyd e, claro, a voz surpreendente de Ney Matogrosso, essa banda trouxe o seu fantástico álbum de lançamento que conta com sucessos reconhecidos no Rock Nacional até hoje! 

Com algumas influências de bandas de Rock Clássico, temos músicas como Sangue Latino, O Vira e a minha preferida Primavera nos Dentes: 

Além dessa banda de rock nacional, também tivemos a Rita Lee iniciando sua carreira solo após a saída dos Mutantes, Arnaldo Baptista lançando o “Lóki?” para carregar o legado do rock progressivo. Rita Lee, inclusive, lançou o álbum homônimo no fim da década, tendo grande sucesso. 

Mas antes de falar sobre ele, não podemos deixar de mencionar o grande Raul Seixas que vendeu 600 mil compactos de ouro em poucos dias com a música de Rock Nacional “Ouro de Tolo”. Claro, o músico também teve vários outros sucessos e o constante contato com o Esoterismo e Paulo Coelho.

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Nessa década também tivemos o Clube da Esquina e os Novos Baianos, ambas bandas nacionais bastante reconhecidas internacionalmente devido a sua qualidade musical. No Novos Baianos, inclusive, temos o famoso Pepeu Gomes que – reza a lenda – quase foi convidado para tocar Thrash Metal no Megadeth!

Mas o mais interessante para se destacar no Rock Brasileiro anos 70 é a enxurrada de bandas de Rock Nacional com características psicodélicas ou progressivas. Assim como o Secos e Molhados, também tivemos grandes nomes, tais como: 

  • Vímana;
  • O Terço;
  • Bixo da Seda;
  • Moto Perpétuo;
  • A Bolha e o Som;
  • Casa das Máquinas.

 Rock Nacional anos 80 

A década de 80 apresentou o que até hoje chamamos de rock brasileiro. Com o surgimento de bandas independentes nas fanzines e os movimentos underground crescendo cada vez mais, muitas bandas de rock nacional surgiram e se mantém até hoje com sucessos da época e muitos outros. 

O quarteto de bandas mais famosas na época, foi constituído por Barão Vermelho, Titãs, Paralamas do Sucesso e Legião Urbana. No entanto, a carioca Blitz foi uma das primeiras a ter grandes sucessos com o hit “Você não soube me amar”: 

O Barão Vermelho misturava o blues rock com a música nacional, trazendo o som rasgado da guitarra de Frejat e as sempre maravilhosas interpretações e letras de Cazuza. Uma das minhas músicas preferidas dessa banda de Rock Nacional é a Down em Mim do primeiro álbum: 

Já os Paralamas do Sucesso traziam o groove do The Police e o excelente baterista João Barone que é influência direta do Thiago do Carminium. Hoje em dia, parte da banda inclusive forma a Call The Police, cover do The Police, que conta com Andy Summers o guitarrista da banda. Uma boa música para começar a conhecer os Paralamas é a Lanterna dos Afogados: 

Nos Titãs temos o registro mais pesado dos quartetos (embora ainda não tão pesado) e eu particularmente fiquei fascinado ao ouvir Bichos Escrotos ao vivo no Rock In Rio. Nunca conheci muito a banda, mas a música é sensacional e me pegou pela cabeça: 

Por fim, o Legião Urbana é a banda de rock nacional mais famosa e certamente a mais conhecida nas rodinhas de violão. Indo desde às letras poéticas do Renato Russo até a clara influência de Joy Division no som, temos grandes pérolas de incrível sensibilidade como Vento no Litoral: 

Abra esse coração e deixe as lágrimas escorrerem dos seus olhos porque o sentimentalismo ainda não para com o incrível Engenheiros do Hawaii. Essa é a minha banda preferida de Rock Nacional depois de Secos e Molhados, tendo canções viscerais como Piano Bar: 

Limpou os olhos? Então agora vamos para o início do Thrash Metal no Rock Brasileiro com o Korzus e o Sepultura. O Korzus já apresentava grandes músicas e preparava clássicos como: 

No entanto, a banda ainda estava em período de preparação, diferentemente do Sepultura que já emplacou o pesadíssimo clássico do Rock Nacional Beneath The Remains em 1989: 

 Rock Nacional anos 90

Nos anos 90 tivemos dois grandes lados: o Pop Rock Nacional e o heavy metal brasileiro. No primeiro âmbito vimos o surgimento de bandas como Skank e Pato Fu, enquanto no outro lado vimos Dr Sin, Shaman e Angra. Correndo um tanto por fora também presenciamos a banda de rock nacional Charlie Brown Jr. e o Mangue Beat da Nação Zumbi. 

No Pop Rock Brasileiro vimos os hits “Jackie Tequila” e “Te Ver”, já no início da carreira, o que os alçou a patamares internacionais. Isso além da famosa releitura da música É proibido fumar do Roberto Carlos: 

Já a banda mineira Pato Fu lançou o seu primeiro álbum em 1993, mas não teve tanto sucesso. Eles só conseguiram se alçar a maiores voos no Rock Nacional no segundo álbum intitulado “Gol de Quem?”: 

Entrando na veia do Metal, temos o Angra que iniciou seu trabalho com o Power Metal do Angels Cry que trazia grandes agudos do André Matos e instrumentais extremamente virtuosos. Pouco depois, a banda de Rock Nacional fez uma incrível mistura da música brasileira com o rock no álbum que é um dos meus favoritos de todos os tempos: 

Do outro lado, o Dr Sin quis trazer o virtuosismo e as ideias dos irmãos Busic numa sonoridade bastante Heavy Metal e por vezes Hard Rock. Todos os álbuns feitos nessa década pela banda valem muito a pena, mas eu recomendo bastante a audição do Brutal: 

Também vale ressaltar as grandes perdas do Rock Nacional na década: Cazuza, Renato Russo e Mamonas Assassinas. Os dois primeiros que morreram devido à complicações por causa da AIDS e os Mamonas que nos deixaram após um trágico acidente de avião. 

 Rock Nacional anos 00 

Na virada do século, o Rock Nacional começou a perder seu espaço para outros gêneros e continuando com alguns artistas renomados nas rádios. No entanto, alguns nomes conseguiram se destacar nessa época, tais como Pitty e, claro, o movimento Emo com NX Zero e Fresno.

A baiana Pitty é uma das minhas preferidas dessa época, fazendo shows bem legais até hoje. Uma das minhas músicas prediletas da sua carreira é Máscara. Quem diz que o Rock Nacional do Mainstream não consegue ser pesado precisa ver isso ao vivo. Sério:

O movimento Emo vale um capítulo à parte, pois conseguiu chegar ao mainstream e se manter por lá durante um bom tempo. Existe um documentário feito pelo Canal Bis e lançado em 2013 que mostra como isso aconteceu. O filme se chama “Do Underground ao Emo” e está inteiramente disponível no YouTube:

Com letras facilmente assimiláveis que tratam de emoções e sentimentos, o movimento teve muitos adeptos graças à fama adquirida nos antigos Orkut e no Fotolog. Quem viveu na época conhece as “fotos emo” e como muitos adolescentes adotaram essa imagem do Rock Brasileiro. 

Sobre as duas bandas de Rock Nacional destacadas, o NX Zero começou a tocar em 2001 e só parou as suas atividades em 2017 – estando em hiato desde então. Um dos seus hits mais famosos (e que aparece nas redes sociais até hoje) é o Razões e Emoções:

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Enquanto isso, o Fresno se mantém em atividade desde 1999 e lançou um álbum com uma sonoridade bastante singular. Vale a pena dar uma ouvida e perceber as mudanças ao longo do tempo:

Rock Nacional anos 10

Por fim, chegamos à década atual na qual o Indie Rock, o Rock Alternativo e o Stoner Rock tomaram as rédeas do gênero. Aqui, algumas bandas vem tendo um certo sucesso no Rock Brasileiro, tais como Scalene, Supercombo, Far From Alaska e O Terno

Sobre Scalene e Supercombo, ambas participaram de um antigo programa da Globo chamado Superstar. Essa aparição os levou ao reconhecimento nacional, alçando-os a diversos festivais pelo país e pelo mundo. 

A Scalene tem uma sonoridade baseada no Stoner Rock, misturando muitas coisas brasileiras, Rock Nacional ou não, ao seu som – como é bastante visível no seu último álbum Respiro. No entanto, eu particularmente prefiro o álbum Magnetite (e até mais o +gnetite). 

O riff principal da Zamboni (e a energia), por exemplo, lembra um pouco o de Blind Machine do Carminium. Compre os dois e tire suas próprias conclusões: 

Já a SuperCombo tem um álbum excelente de Rock Nacional chamado Rogério que contou com várias participações especiais (Mauro Henrique, Emilly Barreto, Gustavo Bertoni etc). Dê uma ouvida na Monstros, que tem o vocal do Mauro:

Indo agora para a minha banda de Rock Nacional predileta dessa década, vamos ao Far From Alaska. Com muitos efeitos nos sintetizadores e guitarra, mas sem deixar o peso de lado, a banda lançou dois ótimos álbuns. Vou deixar o Unlikely aqui, pois tive o prazer de ouví-lo ao vivo na integra duas vezes hehe: 

Por fim, O Terno carrega o Rock Alternativo e o Indie Rock com composições altamente influenciadas pela MPB e uma grande sensibilidade de Tim Bernardes. Ouça a música Pegando Leve:

Além dessas bandas de rock nacional, essa década também abrigou o início da Carminium que iniciou os trabalhos no meio da década!  

Músicas de Rock Nacional anos 80 e 90

Como dito, o Rock Brasileiro teve um boom nos anos 80, o que perdurou um pouco durante os anos 90. Nessas duas décadas, muitos clássicos surgiram e vou deixar alguns nomes e links das principais músicas das décadas. 

Eu não gosto tanto de algumas dessas bandas de Rock Nacional, enquanto gosto bastante de outras, mas é importante não deixar de citar os hits. Então, sem nenhum juízo de valor, vamos às músicas! 

Músicas de Rock Nacional anos 80

  • Bete Balanço – Barão Vermelho;
  • Tédio – Biquini Cavadão;
  • A dois passos do paraíso – Blitz;
  • Bete Morreu – Camisa de Vênus;
  • Belos e Malditos – Capital Inicial;
  • Brasil – Cazuza;
  • A fórmula do amor – Kid Abelha;
  • Que país é esse? – Legião Urbana;
  • Me chama – Lobão;
  • Olhar 43 – RPM;
  • Ciúme – Ultraje a Rigor;

Músicas de Rock Nacional anos 90

  • A mais pedida – Raimundos;
  • A cidade – Chico Science;
  • Você me faz tão bem – Detonautas;
  • Malandragem – Cassia Eller;
  • Pelados em Santos – Mamonas Assassinas;
  • Carry On – Angra;
  • Pacato Cidadão – Skank;

Cantores do Rock Brasileiro

O Brasil sempre trouxe grandes intérpretes nas nossas músicas, como Cartola, Elis Regina e Tim Maia. No âmbito do Rock Nacional, temos nomes que criaram letras maravilhosas e as interpretaram com uma riqueza de nuances ímpar, enquanto muitos outros se destacam pela técnica impecável. 

Se pensarmos no âmbito da letra e interpretação eu destacaria o Renato Russo, se pensarmos na técnica eu destacaria o André Matos. Mas quem une todas essas habilidades no Rock Brasileiro de uma maneira muito natural, na minha humilde opinião, é o Cazuza. 

Cazuza, um dos maiores interpretes do Rock Nacional
Cazuza

Tenho certeza que muitos discordarão, até porque ele não canta com os clássicos agudos de um vocalista de Heavy Metal, mas posso explicar. O Cazuza é alguém que consegue passar da suavidade para a visceralidade com uma riqueza tímbrica e interpretações absurdas em toda a sua discografia. 

E nem precisamos falar das suas letras que marcaram o Rock Nacional, né? Codinome beija flor, Eu preciso dizer que te amo, Ideologia, Blues da piedade e diversas outras canções já falam por si só. 

Mas ok, agora falemos do Renato Russo e do André Matos. O primeiro alcançou enormes multidões com os seus poemas musicados. Letras tão boas quanto as do Cazuza, um timbre bem grave e pesado, perfeito para criar a atmosfera de algumas músicas do Legião Urbana. 

Minha primeira professora de canto não gostava muito da técnica dele por achar forçado, mas eu nunca concordei tanto. É interpretação, né? E quando falávamos de técnica no Rock Brasileiro, ela gostava de citar o André Matos – até mesmo pela sua formação lírica. 

E bem, não podemos negar o incrível poder vocal daquela que talvez seja a principal voz do Heavy Metal Nacional. O vocalista chega a um incrível A4 no fim da Make Believe (o que é beeeeem difícil) que, novamente, fala por si só. Deem uma ouvida nela, um dos clássicos do Rock Nacional e vejam como essa nota é alta: 

Nessa música você também pode perceber a beleza das composições do André Matos. O piano da introdução, por exemplo, é simples e sensacional. Embora não estejamos falando desse aspecto aqui, vale a pena ressaltá-lo. Descanse em paz, André Matos.

E, em questão de composição no Rock Brasileiro, também podemos falar bastante sobre o Gustavo Bertoni. Suas faixas na Scalene transitam entre o leve e o pesado, assim como suas linhas vocais extremamente bem pensadas. Isso sem levar em consideração excelente o fator lírico da banda. 

Nos anos 2000, também tivemos aquele que é o meu vocalista de Rock Nacional preferido: Mauro Henrique. Indo desde a drives e agressividade até a suavidade em canções como Encontro, na qual você pode perceber a evolução da dor do vocalista enquanto a música continua. Feeling puro:

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Por fim, não poderia deixar de citar duas mulheres também dessa década que estão roubando a cena no Rock Brasileiro: Emmily Barreto do Far From Alaska e Fernanda Lira do Nervosa. 

A primeira traz a agressividade na voz limpa, mas cheia de raiva (e um pouquinho de deboche), contrastando com muitas músicas da sua banda de Rock Nacional. Um mix sensacional que é novamente contrastado com os back’n vocals da outra excelente cantora Cris Botarelli. 

Mas o melhor nome atual no quesito agressividade com certeza absoluta é Fernanda Lira. A vocalista do Nervosa carrega o Thrash e Death Metal da banda com seus excelentes guturais que merecidamente soaram pela Cidade do Rock no Rock In Rio 2019

Rock Cristão Nacional

O Rock Cristão também tem grande força aqui no Brasil, embora eu não seja um especialista no assunto. No entanto, quando penso nessa vertente do Rock Nacional, três nomes já me vem à cabeça: Oficina G3, Rosa de Saron e Palavrantiga. 

O primeiro deles foi fundado em 1987, tendo apenas Juninho Afram como membro fundador que continuou até o hiato de 2017. Vale destacar bastante o trabalho desse guitarrista que tem composições excelentes, indo do pesadíssimo Depois da Guerra até o acústico Elektracustika. 

O Oficina G3 tem 11 álbuns gravados e passou por diversas formações. Durante todo esse período, a fase que mais agradou foi a do álbum “Depois da Guerra” que tinha Mauro Henrique no vocal, Juninho Afram na guitarra, Duca Tambasco no baixo, Jean Carllos no teclado e o Alexandre Aposan na bateria. 

Essa fase tem um monte de clássicos pesados do Rock Nacional com pés até mesmo no Dream Theater! Vejam a mudança de compasso sensacional em 1:20 e as belíssimas frases executadas pelo Jean em 3:04 (e mais mudanças!):

Enquanto isso, o Rosa de Saron é uma das bandas de Rock Cristão mais conhecidas no segmento, tendo iniciado os trabalhos na década de 80. Da formação inicial, apenas o baixista Rogério Feltrin continuou e nesse período o grupo era bastante focado no Heavy Metal.

No entanto, os rumos mudaram desde a entrada do cantor e principal compositor Guilherme de Sá que trouxe uma roupagem mais alternativa para a banda de Rock Brasileiro. Suas letras poéticas e canções lindas abraçaram um enorme público que ama músicas como a “Menos de um segundo”:

Por fim, ainda temos a banda de Rock Nacional Palavrantiga que inicialmente era apoio da cantora Heloísa Rosa. Os rumos também mudaram por aqui, mas dessa vez quando o tecladista Marcos Almeida apresentou seu músicas autorais para os seus companheiros de banda. 

Eles lançaram dois álbuns entre 2010 e 2012, mas nenhum outro trabalho completo apareceu desde então até o single “Toda vez que você me vê”: 

Claro, assim como em todas as outras vertentes do Rock Nacional, existem diversas outras bandas de rock cristão. Dentre elas, podemos listar algumas das mais famosas: 

  • Rebanhao
  • Tanlan
  • Katsbarnea
  • Eterna
  • Catedral
  • Resgate
  • Fruto Sagrado
  • Metal Nobre
  • Stauros
  • Aeroilis

Rock Brasileiro 2020

Como dito, o Rock Nacional sempre viveu em algumas gangorras, por vezes tendo mais espaço, por vezes tendo menos. Agora, não temos tanto espaço, mas esse blog tem a intenção de justamente falar um pouco mais sobre o gênero para abrirmos um espaço no nosso país. 

Claro, por aqui falamos um pouco mais do Heavy Metal e suas vertentes e podemos citar algumas bandas do nicho que estão aparecendo bastante. Dentre elas, Nervosa, Claustrofobia, Noturnall e Hatefulmurder, além dos nomes que já fazem sucesso desde as outras décadas. 

Por aqui, a previsão é de que aumentemos a quantidade de álbuns de Rock Nacional em 2021, tendo lançamentos de EP e singles da Carminium. 

Saindo do âmbito do metal, tivemos alguns lançamentos no Rock Brasileiro em 2019, como os últimos álbuns de Scalene e Supercombo. E é bem provável que outros sons (talvez singles) de bandas como o Far From Alaska e algumas outras sejam lançados em 2020!

Qual é a capital do Rock no Brasil? 

Na história do nosso país, vivemos algo muito curioso com o surgimento de várias bandas e movimentos de Rock Nacional em Brasília. Isso aconteceu em 80 com o Legião Urbana, Raimundos, Plebe Rude e outras; e na década de 10 com o Scalene e outras. 

No entanto, São Paulo é atualmente o local onde o Rock Brasileiro costuma eclodir. É pra lá que muitas bandas vão depois de alcançar um determinado sucesso, seja para gravar novos álbuns ou para fazer uma tour pelas diversas casas de show espalhadas pelo estado. 

Mas isso define São Paulo como a capital do Rock no Brasil? Não necessariamente. O Rio de Janeiro também abriga a Carminium, mas não apenas isso. A Hatefulmurder citada anteriormente e a Dônica por exemplo, também são grandes grupos cariocas recentes. 

Ainda poderíamos falar do Nordeste que sempre trouxe grandes nomes como os Novos Baianos, o Manguebeat em 90, o Jackdevil e o supracitado Far From Alaska. Em locais espalhados, eu particularmente considero que o Nordeste sempre trouxe novas sonoridades para o gênero no país. 

O Rock Nacional vive bastante no underground e aparece no mainstream esporadicamente. Como dito algumas vezes ao longo deste artigo, um dos objetivos desse blog é levar o Rock Brasileiro aos ouvidos de mais pessoas.

Queremos que esse site seja um ponto para que muitos brasileiros conheçam mais sobre o Rock, Heavy Metal, Thrash Metal, Rock Clássico e diversas outras vertentes. Afinal, o gênero nunca morreu e nunca morrerá com o tanto de headbangers que, felizmente, vemos por aí. 

E se você quiser dar uma forcinha ainda maior para a cena do Rock Nacional, que tal conferir o nosso som e nos acompanhar nas redes sociais? Siga agora os perfis no Instagram do Carminium. Ah, e o Facebook está no Rodapé da página!

Cláudio Feitosa

Vocalista e tecladista da Carminium, fã de Rock Clássico, filmes e culinária. Vascaíno sofredor nas horas vagas

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